A ARMA NOSSA DE CADA DIA
Nazaré, 01-07-1995
O poeta está armado...
Disse ele empunhando uma caneta.
O pintor está armado...
Disse ele empunhando um pincel.
A policia está armada...
Disseram eles, combatendo o povo.
Chegou a tropa de choque, abrilhantando a desgraça.
O camponês está armado...
Disse ele empunhando uma foice.
O operário está armado...
Disse ele empunhando um martelo.
O povo está armado...
Disseram eles de encontro à esperança.
O governo está armado...
Disseram eles promovendo o terror.
A desgraça brilha na praça.
O povo de encontro à desgraça.
E a desgraça brilha... na praça.
VIDA
Nazaré, 12-07-1999
Estava tudo seco.
Os homens, os bichos e as plantas.
Todos morrendo de sede.
De repente, nuvens pesadas
Desabaram sobre o sertão.
E a chuva caiu
E a terra pariu
O seu hino de amor.
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