quinta-feira, 14 de outubro de 2010

COISAS CÓSMICAS

COISAS CÓSMICAS
Nazaré, 04-04-1974

Numa estupenda noite que não mais parecia ter fim
Houve a explosão de estrelas, explosões irônicas,
Era a Terra a contemplar a Lua
Num amor distante e impossível
Num impetuoso flerte lésbico,
Onde só havia troca de olhares e de esperança.
A Lua queria ir ao encontro da Terra,
Beijá-la e abraçá-la e não pensar nas conseqüências.
As estrela que as observava irônicas,
Uma a piscar o olho e outras a responderem.

O sol com seus olhos de fogo, com sua luz de ouro,
Punha tudo à mostra.
E as duas amantes se desejavam,
Mesmo apesar da distancia que a separavam,
Como uma barreira de cristal, intransponível.

Jupter e Marte apreciavam a cena, sombrios.
Mercúrio estava melancólico, Plutão não menos.
Venus querendo participar, Saturno irava-se de ciúmes
Por não poder construir uma barreira mais sólida.
Mesmo assim ficou alegre ao ver a impossibilidade.

Urano e Netuno divertia-se. Confiavam na intriga
Feita pelas irônicas estrelas,
Daquele amor impossível.
E o espaço mudou sua estrutura mediúnica e espiritual.
E o espaço virou mar,
Um mar muito agitado
Que parecia até o fim do mundo.

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